Fazer refletir no texto o contexto sem, entretanto, usar o pretexto de textualizar sem contextualizar - Laércio Castro

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Policia prende políticos suspeitos de desviar R$ 5,7 milhões

Com o dinheiro seria possível, por exemplo, construir 16 hospitais de 20 leitos.

Seis pessoas foram presas nesta quarta-feira pela Polícia Federal (PF) acusadas de integrar uma quadrilha especializada em desvio de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), da Saúde e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) na cidade de São João do Paraíso, distante 755 quilômetros de São Luís, no sul do Maranhão.

Entre os presos estão o secretário de infraestrutura de Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, a 600 quilômetros de São Luís, o engenheiro civil Roberto Alencar; o vice-prefeito de São João do Paraíso, Itamar Gomes (PRP), o ex-vice prefeito do município, João Aldo Ribeiro (PSDB), e a ex-secretária de Educação da cidade, Raimunda Rocha. Alencar foi preso porque ele é dono de uma construtora que agia em São João do Paraíso.

O atual prefeito de São João do Paraíso, Raimundo Galdino Leite (PV) teve sua prisão temporária decretada, mas está foragido. Segundo informações da Polícia Federal, o grupo fazia parte de uma quadrilha que agia em São João do Paraíso e que desviou aproximadamente R$ 5,7 milhões em apenas dois anos. As investigações da PF tomaram como base a administração anterior (2005/2008) e atual na prefeitura de São João do Paraíso (2009/2012).

São João do Paraíso é uma cidade com apenas 12 mil habitantes, com 40 escolas de ensino fundamental e apenas uma de ensino médio. A cidade não tem hospitais e todo o atendimento médico é realizado em postos de saúde de pequeno porte. Qualquer atendimento de média complexidade precisa ser realizado em Imperatriz, distante cerca de 150 quilômetros de São João do Paraíso. Com R$ 5,7 milhões, seria possível, por exemplo, construir 16 hospitais de 20 leitos, como os que estão sendo erguidos pelo governo Estadual em todo o Maranhão ou pelo menos três escolas de ensino médio profissionalizante com capacidade para 1.200 alunos.

A ação fez parte da “Operação Usura” planejada para dar cumprimento a 25 mandados de busca e apreensão e dez mandados de prisão. A Operação teve um efetivo de aproximadamente 100 policiais federais e 15 auditores da Controladoria Geral da União (CGU). Quatro pessoas ainda estão sendo procuradas pela Polícia Federal. As investigações que resultaram na “Operação Usura” é uma sequência das Operações Rapina I, II e III que resultaram na prisão de aproximadamente dez prefeitos no Maranhão nos últimos quatro anos. 

Reportagem: Wilson Lima
Fonte: IG