Fazer refletir no texto o contexto sem, entretanto, usar o pretexto de textualizar sem contextualizar - Laércio Castro

domingo, 19 de junho de 2011

Marcha das Vadias - “Seja puta, seja santa, seja livre”


Além da Marcha da Maconha e da Marcha da Liberdade, também, ocorreu, na tarde deste sábado (18), a Marcha das Vadias, que reuniu cerca de  mil pessoas em Brasília, segundo estimativa da Polícia Militar. A passeata é um protesto pelo direito das mulheres de se vestir, andar e agir de forma livre e nasceu em Toronto, no Canadá, em maio. No Brasil, São Paulo e Recife já realizaram edições da marcha.

Os manifestantes se concentraram perto da Rodoviária do Plano Piloto, passaram pelo Conic e seguiram em direção à Torre de TV. A marcha chegou a ocupar todas as faixas do Eixo Monumental no sentido Esplanada dos Ministérios, o que congestionou o trânsito. Os participantes cantaram palavras de ordem contra o abuso sexual contra as mulheres.

Apesar do nome, a marcha reuniu mulheres, homens e famílias. Yohana Cordeiro, de 19 anos, foi à passeata acompanhada do marido e da filha de quatro meses. “Eu tenho motivos pessoais para estar aqui. Já fui perseguida por um cara. E agora que tenho uma filha não quero jamais que ela passe por isso”, conta.

Amanda Araújo Neves, de 23 anos, foi à passeata vestida de freira. “Sou contra a culpabilização das vítimas. Tenho certeza que nenhuma mulher que foi estuprada quis ser vítima da agressão”, disse.

A iniciativa é um protesto pelo direito das mulheres de se vestir, andar e agir de forma livre e nasceu em Toronto, no Canadá, em maio. No Brasil, São Paulo e Recife já realizaram edições da marcha.

Frases como “seja puta, seja santa, seja livre”  ilustraram cartazes durante a marcha. “A gente pode ser tudo, não quer rótulos”, disse a antropóloga Júlia Zamboni, uma das organizadoras do evento. Ela afirma que parte das participantes  compareceram  à marcha vestindo roupas ousadas ou frases escritas no corpo.

O grupo que organiza o evento se reuniu duas vezes para debater como será a marcha e também para produzir cartazes. “A gente discutiu bastante sobre o nome e vamos mantê-lo. Se ser vadia é ser livre, é isso que a gente quer”, afirma.

Marcha da Liberdade

A Marcha pela Liberdade em Brasília teve início às 16h30, após o término da Marcha das Vadias. Segundo um dos organizadores da manifestação, Paíque Duques, a marcha seguiria até o Museu Nacional, saindo da Torre de TV, na região central de Brasília.

Segundo Duques, entre 200 e 400 pessoas participavam do início da marcha. De acordo com ele, apesar do número reduzido de participantes – a marcha das vadias teve cerca de mil pessoas, segundo a PM – não diminui a importância da manifestação. “O protesto é contra a opressão a todos os movimentos sociais. A liberdade de se manifestar é bem mais ampla que só a questão da maconha”, afirmou.

Fontes:  G1

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